African Honeyguides

Research on a remarkable
human-animal relationship

Abstract translations

Culturally determined interspecies communication between humans and honeyguides (Science 2023)

Authors: Spottiswoode, C.N. and Wood, B.M.

Abstract: Culturally determined interspecies communication between humans and honeyguides

Species interactions that vary across environments can create geographical mosaics of genetic coevolution. However, traits mediating species interactions are sometimes culturally inherited. Here we show that traditions of interspecies communication between people and wild birds vary in a culturally determined geographical mosaic. Honey hunters in different parts of Africa use different calls to communicate with greater honeyguides (Indicator indicator) that lead them to bees’ nests. We show experimentally that honeyguides in Tanzania and Mozambique discriminate among honey hunters’ calls, responding more readily to local than to foreign calls. This was not explained by variation in sound transmission, and instead suggests that honeyguides learn local human signals. We discuss the forces stabilizing and diversifying interspecies communication traditions, and the potential for cultural coevolution between species.

Resumo: Comunicação interespécies de origem cultural entre humanos e indicadores-de-mel

As interações entre espécies que variam conforme o ambiente podem criar mosaicos geográficos de coevolução genética. No entanto, as características que facilitam as interações entre espécies são por vezes herdadas culturalmente. Neste estudo, mostramos que as tradições de comunicação interespécies entre pessoas e aves selvagens variam de acordo com um mosaico geográfico determinado culturalmente. Os apanhadores de mel em diferentes partes de África usam chamamentos diferentes para comunicar com os indicadores-de-mel (Indicator indicator) que os guiam até às colmeias de abelhas. Nós mostramos experimentalmente que os indicaddores de mel da Tanzânia e Moçambique conseguem distinguir enre os vários chamamentos dos apanhadores de mel, respondendo mais prontamente a chamamentos locais do que a estrangeiros. Esta diferença não é explicada pela variação na transmissão do som mas, em vez disso, sugere que os indicadores-de-mel aprendem sinais humanos locais. Discutimos as forças que estabilizam e diversificam as tradições de comunicação interespécies e o potencial para coevolução cultural entre espécies.

Guides and cheats: producer-scrounger dynamics in the human-honeyguide mutualism (Proceedings Royal Society B 2023)

Authors: Cram, D.L., Lloyd-Jones, D.J., van der Wal, J.E.M., Lund, J., Buanachique, I.O., Muamedi, M., Nanguar, C.I., Ngovene, A., Raveh, S., Boner, W., Spottiswoode, C.N.

Abstract: Guides and cheats: producer-scrounger dynamics in the human-honeyguide mutualism

Foraging animals commonly choose whether to find new food (as ‘producers’) or scavenge from others (as ‘scroungers’), and this decision has ecological and evolutionary consequences. Understanding these tactic decisions is particularly vital for naturally occurring producer–scrounger systems of economic importance, because they determine the system’s productivity and resilience. Here, we investigate how individuals’ traits predict tactic decisions, and the consistency and pay-offs of these decisions, in the remarkable mutualism between humans (Homo sapiens) and greater honeyguides (Indicator indicator). Honeyguides can either guide people to bees’ nests and eat the resulting beeswax (producing), or scavenge beeswax (scrounging). Our results suggest that honeyguides flexibly switched tactics, and that guiding yielded greater access to the beeswax. Birds with longer tarsi scrounged more, perhaps because they are more competitive. The lightest females rarely guided, possibly to avoid aggression, or because genetic matrilines may affect female body mass and behaviour in this species. Overall, aspects of this producer–scrounger system probably increase the productivity and resilience of the associated human–honeyguide mutualism, because the pay-offs incentivize producing, and tactic-switching increases the pool of potential producers. Broadly, our findings suggest that even where tactic-switching is prevalent and producing yields greater pay-offs, certain phenotypes may be predisposed to one tactic.

Resumo: Guias e batoteiros: dinâmica de produtor–respigador no mutualismo humano–indicador-de-mel

Os animais em busca de alimento geralmente escolhem entre encontrar novos alimentos (“produtores”) ou rebuscar alimentos de outros animais (“respigadores”), e esta decisão tem consequências ecológicas e evolutivas. Compreender estas decisões táticas é especialmente vital em sistemas de produtor– respigador que ocorrem naturalmente e são economicamente importantes, pois essas decisões determinam a produtividade e a resiliência do sistema. Neste estudo, investigamos como as características dos indivíduos permitem prever as decisões táticas, bem como a consistência e os benefícios dessas decisões, no notável mutualismo entre seres humanos (Homo sapiens) e indicadores-de-mel (Indicator indicator). Os indicadores-de-mel podem guiar pessoas até colmeias de abelhas e alimentar-se da cera de abelha resultante (produtores) ou rebuscar a cera de abelhas (respigadores). Os nossos resultados sugerem que indicadores-de-mel alternaram entre estas duas táticas de forma flexível, e que guiar proporcionou um maior acesso à cera de abelhas. Aves com tarsos mais longos rebuscaram mais, talvez por serem mais competitivas. As fêmeas mais leves raramente guiaram, possivelmente para evitar agressões, ou porque as matrilinhas genéticas podem afetar a massa corporal e o comportamento das fêmeas nesta espécie. Em geral, há aspetos desse sistema produtor– respigador que provavelmente aumentam a produtividade e a resiliência do mutualismo humano–indicador-de-mel associado, porque os benefícios incentivam a produção, e a alternância de táticas aumenta o grupo de potenciais produtores. De modo geral, os nossos resultados sugerem que, mesmo quando a alternância de táticas é prevalente e a produção gera maiores benefícios, certos fenótipos podem estar predispostos a uma tática específica.

 

Do honey badgers and greater honeyguide birds cooperate? (Journal of Zoology 2023)

Authors: van der Wal, J.E.M., Afan, A.I., Anyawire, M., Begg, C.M., Begg, K.S., Dabo, G.A., Gedi, I.I., Harris, J.A., Isack, H.A., Ibrahim, J.I., Jamie, G.A., Kamboe, W.-B.W., Kilawi, A.O., Kingston, A., Laltaika, E.A., Lloyd-Jones, D.J., M’manga, G.M., Muhammad, N.Z., Ngcamphalala, C.A., Nhlabatsi, S.O., Oleleteyo, T.T., Sanda, M., Tsamkxao, L., Wood, B.M., Spottiswoode, C.N., Cram, D.L.

Abstract: Do honey badgers and greater honeyguide birds cooperate?

In parts of Africa, greater honeyguides (Indicator indicator) lead people to bees’ nests, after which people harvest the honey, and make beeswax and larvae accessible to the honeyguide. In scientific and popular literature, a similar cooperative relationship is frequently described between honeyguides and honey badgers (Mellivora capensis), yet the evidence that this occurs is unclear. Such a partnership may have implications for the origins of our own species’ cooperation with honeyguides, and for the ecology and conservation of both honey badgers and honeyguides. Here, we review the evidence that honey badgers and honeyguides cooperate to access bees’ nests, drawing from the published literature, from our own observations whilst studying both species, and by analysing 394 interviews with honey-hunters in 11 communities across nine African countries. We find that the scientific evidence relies on incomplete and second-hand accounts and does not convincingly indicate that the two species cooperate. The majority of honey-hunters we interviewed were similarly doubtful about the interaction, but many interviewees in the Hadzabe, Maasai, and mixed culture communities in Tanzania reported having seen honey badgers and honeyguides interact, and think that they do cooperate. This complementary approach suggests that the most likely scenario is that the interaction does occur but is highly localised or extremely difficult to observe, or both. With substantial uncertainty remaining, we outline empirical studies that would clarify whether and where honeyguides and honey badgers cooperate, and emphasise the value of integrating scientific and cultural knowledge in ecology.

Resumo: Os texugos-do-mel e os pássaros indicadores-de-mel cooperam para aceder a colmeias de abelhas? Indícios ecológicos e relatos de apanhadores de mel

Em algumas partes da África, os indicadores-de-mel (Indicator indicator) guiam pessoas até às colmeias de abelhas, após o que as pessoas recolhem o mel e disponibilizam a cera e as larvas ao indicador-de-mel. Na literatura científica e popular existem frequentemente descrições de uma relação cooperativa semelhante entre indicadores-de-mel e texugos-do-mel (Mellivora capensis), mas não há provas claras de que isso ocorra. Esta parceria pode ter implicações para a origem da cooperação da nossa própria espécie com os indicadores-de-mel, bem como para a ecologia e conservação dos texugos-do-mel e dos indicadores-de-mel. Neste estudo, fazemos um levantamento de indícios de que texugos-do-mel e indicadores-de-mel cooperam para ter acesso a colmeias de abelhas, com base na literatura publicada, nas nossas próprias observações ao estudar ambas as espécies e na análise de 394 entrevistas com apanhadores de mel em 11 comunidades de nove países africanos. Descobrimos que os indícios científicos se baseiam em relatos incompletos e indiretos e que não mostram de forma convincente que as duas espécies cooperam. A maioria dos apanhadores de mel entrevistados também expressou dúvidas sobre a interação, mas muitos entrevistados nas comunidades de Hadzabe, Maasai e de cultura mista na Tanzânia relataram terem visto texugos-do-mel e indicadores-de-mel a interagir e acreditam que eles cooperam. Esta abordagem complementar sugere que o cenário mais provável é que a interação ocorra, mas que seja altamente localizada ou extremamente difícil de observar, ou ambos. Dada a incerteza considerável ainda presente, delineamos estudos empíricos que esclareceriam se indicadores-de-mel e texugos-do-mel cooperam e onde o fazem, e realçamos a importância da integrar o conhecimento científico e cultural na ecologia.

Ikisiri: Je, nyegere na nedge segu hushirikiana kupata viota vya nyuki? Ushahidi wa kiekolojia na ripoti za wawinda asali

Katika sehemu mbalimbali za Afrika, ndege aitwaye segu au kwa jina la kisayansi huitwa (Indicator indicator) huwaongoza watu kwenye viota vya nyuki, na baada ya watu kuvuna asali, nta na watoto wa nyuki mara kwa mara hupatiwa ndege huyu. Katika machapisho ya kisanyansi na machapisho maarufu, ushirikiano kati ya ndege segu na nyegere kwa jina la kisayandi (Mellivora capensis) inasadikiwa mara kwa mara, lakini ushahidi kamili wa ushirikiano kati ya wanyama hawa ni ngumu kuthibitisha. Ushirikiano kama huu unaweza kufafanua ufahamu wa kina na kuongeza ujuzi wetu kuhusu mwanzo wa ushirikiano kati ya sisi binadamu na segu na kwa ekolojia na uhifadhi wa nyegere pamoja na segu. Katika makala hii, tunakagua ushahidi mbalimbali kwamba nyegere na segu wanauhusiano. Tunafanya mapitio katika fasihi za kisayansi ziliyochapishwa, kutokana na uchunguzi wetu wakati tunatafiti viumbe husika, na kwa kuchambua mahojiano 394 kwa wawinda asali katika jamii 11 kwenye nchi tisa za Afrika. Tumegundua kwamba ushahidi wa kisayansi uliochapishwa unategemea zaidi kwenye taarifa zilizokamilika na zisizotoka kwenye ushahidi wa moja kwa moja, na hautoi ushahidi wa kuaminisha kwamba wanyama hawa wa nashirikiana. Wawinda asali wengi ambao tuliwahoji, walikua na shaka kama nyegere na segu wanauhusiano. Lakini wengi katika jamii za waHadzabe, waMaasai, na jamii za kuchanganyikana Tanzania walisema wameona nyegere na segu wakisirikiana, na wanaamini kwamba ushirikiano huo upo. Matokeo yanapendekeza kuwa uwezekano mkubwa ni kwamba ushirikiano kati ya nyegere na segu hutokea, lakini inapatikana sehemu chache tu na ni vigumu sana kuutazama, au vyote viwili. Bado hakuna uhakika kwamba nyegere na segu wanauhusiano.Tunapendekeza utafiti wa kisayansi zaidi kugundua wapi segu na nyegere wanashirikiana zaidi. Tunasisitiza umuhimu wa kuunganisha ujuzi wa kitamaduni na kisayansi katika ekolojia.

 

When wax wanes: competitors for beeswax stabilize rather than jeopardize the honeyguide–human mutualism (Proceedings of the Royal Society B, 2022)

Authors: Lloyd-Jones, D.J., St Clair, J.J., Cram, D. L., Yassene, O., van der Wal, J.E. and Spottiswoode, C.N

Abstract: When wax wanes: competitors for beeswax stabilize rather than jeopardize the honeyguide–human mutualism

Many mutualisms are exploited by third-party species, which benefit without providing anything in return. Exploitation can either destabilize or promote mutualisms, via mechanisms that are highly dependent on the ecological context. Here we study a remarkable bird–human mutualism, in which wax-eating greater honeyguides (Indicator indicator) guide humans (Homo sapiens) to wild bees’ nests, in an exchange of knowledge about the location of nests for access to the wax combs inside. We test whether the depletion of wax by mammalian and avian exploiter species either threatens or stabilizes the mutualism. Using camera traps, we monitored feeding visits to wax comb made available following honey harvests. We found that greater honeyguides face competition for wax from conspecifics and nine exploiter species, five of which were not previously known to consume wax. Our results support the hypothesis that heterospecific exploiters stabilize the mutualism, because wax depletion by these competitors probably limits feeding opportunities for conspecific exploiters, favouring the early-arriving individual that guided humans to the bees’ nest. These findings highlight the importance of the ecological context of species interactions and provide further evidence for how mutualisms can persist because of, and not in spite of, exploitation by third-party species.

Resumo: Quando a cera derrete: competidores pela cera de abelha estabilizam, em vez de ameaçar, o mutualismo entre indicadores-de-mel e humanos

Muitos mutualismos são explorados por uma terceira espécie, que tira benefícios sem oferecer nada em troca. A exploração tanto pode desestabilizar como promover mutualismos através de mecanismos que são altamente dependentes do contexto ecológico. Neste estudo, investigamos um notável mutualismo entre aves e humanos, no qual indicadores-de-mel (Indicator indicator) que se alimentam de cera guiam humanos (Homo sapiens) até às colmeias de abelhas selvagens, numa troca de conhecimento sobre a localização das colmeias pelo acesso aos favos no interior das colmeias. Testamos se a diminuição de cera causada por mamíferos e aves exploradoras ameaça ou estabiliza o mutualismo. Utilizando armadilhas fotográficas, monitorizámos visitas alimentares aos favos disponibilizados após a colheita do mel. Descobrimos que os indicadores-de-mel enfrentaram como competidores pela cera tanto membros da mesma espécie como nove espécies exploradoras, cinco das quais anteriormente desconhecidas como consumidoras de cera. Estes resultados apoiam a hipótese de que os exploradores heteroespecíficos estabilizam o mutualismo, porque a redução de cera causada por esses competidores limita provavelmente as oportunidades de alimentação disponíveis aos exploradores da mesma espécie, favorecendo o indivíduo que chega primeiro e que guiou os humanos até à colmeia de abelhas. Estes resultados realçam a importância do contexto ecológico das interações entre espécies e fornecem mais indicações sobre como os mutualismos podem persistir devido à exploração por espécies fora do mutualismo—e não apesar dessa exploração.

 

The ecology and evolution of human-wildlife cooperation (People and Nature 2022)

Authors: Cram, D.L., van der Wal, J.E.M., Uomini, N.T., Cantor, M., Afan, A.I., Attwood, M.C., Amphaeris, J., Balasani, F., Blair, C.J., Bronstein, J.L., Buanachique, I.O., Cuthill, R.R.T., Das, J., Daura-Jorge, F.G., Deb, A., Dixit, T., Dlamini, G.S., Dounias, E., Gedi, I.I., Gruber, M., Hoffman, L.S., Holzlehner, T., Isack, H.A., Laltaika, A.E., Lloyd-Jones, D.J., Lund, J., Machado, A.M.S., Mahadevan, L., Moreno, I.B., Nwaogu, C.J., Pereira, V.L., Pierotti, R., Rucunua, S.A., dos Santos, W.F., Serpa, N., Smith, B.D., Sridhar, H., Tolkova, I., Tun, T., Valle-Pereira, J.V.S., Wood, B.M., Wrangham, R.W. & Spottiswoode, C.N.

Abstract: The Ecology and Evolution of Human-Wildlife Cooperation

  1. Human-wildlife cooperation is a type of mutualism in which a human and a wild, free-living, animal actively coordinate their behaviour to achieve a common beneficial outcome.
  2. While other cooperative human-animal interactions involving captive coercion or artificial selection (including domestication) have received extensive attention, we lack integrated insights into the ecology and evolution of human-wildlife cooperative interactions.
  3. Here, we review and synthesise the function, mechanism, development, and evolution of human-wildlife cooperation.
  4. Active cases involve people cooperating with greater honeyguide birds and with two dolphin species, while historical cases involve wolves and orcas.
  5. In all cases, a food source located by the animal is made available to both species by a tool-using human, coordinated with cues or signals.
  6. The mechanisms mediating the animal behaviours involved are unclear, but they may resemble those underlying intraspecific cooperation and reduced neophobia.
  7. The skills required appear to develop at least partially by social learning in both humans and the animal partners. As a result, distinct behavioural variants have emerged in each type of human-wildlife cooperative interaction in both species, and human-wildlife cooperation is embedded within local human cultures.
  8. We propose multiple potential origins for these unique cooperative interactions, and highlight how shifts to other interaction types threaten their persistence.
  9. Finally, we identify key questions for future research. We advocate an approach that integrates ecological, evolutionary, and anthropological perspectives to advance our understanding of human-wildlife cooperation. In doing so, we will gain new insights into the diversity of our ancestral, current, and future interactions with the natural world.

Resumo: Ecologia e evolução da cooperação entre humanos e animais selvagens

  1. A cooperação entre humanos e animais selvagens é um tipo de mutualismo no qual um humano e um animal, de vida livre, coordenam ativamente seu comportamento para alcançar um benefício comum.
  2. Embora outras interações cooperativas entre humanos e animais envolvendo coerção em cativeiro ou seleção artificial (incluindo domesticação) tenham recebido muita atenção, um entendimento integrado sobre a ecologia e a evolução das interações cooperativas entre humanos e animais selvagens se faz necessário.
  3. Neste estudo revisamos e sintetizamos a função, os mecanismos, o desenvolvimento e a evolução da cooperação entre humanos e animais selvagens.
  4. Casos atualmente ativos envolvem humanos que cooperam com aves Guia-de-mel e com duas espécies de golfinhos, enquanto casos históricos envolvem humanos, lobos e orcas.
  5. Em todos os casos, uma fonte de alimento localizada pelo animal é disponibilizada para ambas as espécies por um humano que usa uma ferramenta e coordena seu comportamento seguindo pistas ou sinais do parceiro animal.
  6. Os mecanismos envolvidos na mediação dos comportamentos animais não são claros, mas podem se assemelhar aos mecanismos subjacentes à cooperação intraespecífica e à redução de neofobia.
  7. As habilidades necessárias parecem desenvolver-se, pelo menos parcialmente, pelo aprendizado social, tanto nos humanos, quanto nos parceiros animais. Como resultado, surgiram variantes comportamentais distintas, em cada tipo de interação cooperativa entre humanos e animais selvagens, em ambas as espécies envolvidas, e essas interações foram incorporadas nas culturas humanas locais.
  8. Propomos múltiplas origens potenciais para essas interações cooperativas únicas e destacamos como as mudanças para outros tipos de interação ameaçam sua persistência.
  9. Por fim, identificamos questões-chave para pesquisas futuras, como abordagens que integrem perspectivas ecológicas, evolutivas e antropológicas para avançar na compreensão dessas cooperações. Ao fazer isso, esperamos novos entendimentos sobre a diversidade de nossas interações ancestrais, atuais e futuras com o mundo natural.

Ikisiri: Ikolojia na mageuzi ya ushirikiano kati ya binadamu-wanyamapori

  1. Ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori hutokea wakati binadamu na wanyamapori wanapounganisha kikamilifu tabia zao na kutekeleza manufaa kwa pande zote.
  2. Ingawa mifano mingine ya ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori inahusisha ukuzaji au uteuzi bandia, tunakosa maarifa jumuishi katika ikolojia na mageuzi kuhusu mwingiliano wa binadamu na wanyamapori.
  3. Hapa, tunapitia na kuunganisha tabia, utaratibu, maendeleo na mageuzi ya ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori.
  4. Kesi zinazoendelea zinahusisha watu wanaoshirikiana na ndege ndege anayeongoza warinaji kuelekea asali ilipo (“kiongozi wa asali”) na aina mbili za pomboo, wakati kesi za kihistoria zinahusisha mbwa mwitu na nyangumi.
  5. Katika mifano yote, mnyama anatafuta sehemu yenye chakula iko, na baada yakuona anatumia ishara kumelekeza mtumia-zana mwanadamu sehumu iliopo.
  6. Mbinu zinazowezesha tabia za wanyama zinazohusika haziko wazi, lakini zinaweza kufanana na zile za msingi za ushirikiano wa ndani na kupunguza hofu ya vitu vipya (“neophobia”).
  7. Kunauwezekano ujuzi unaohitajika inaonekana inakuzwa kupitia mafunzo ya kijamii kwa wanadamu na wanyama. Kwa sababu hii, tofauti tofauti za kitabia zimeibuka katika kila aina ya ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori katika spishi zote mbili, na ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori umepachikwa ndani ya tamaduni za kibinadamu katika maeneo ambayo hupatikana.
  8. Tunapendekeza asili nyingi zinazowezea kutufafanulia mwanzo wa tabia hizi za kipekee, lakini pia tunangazia jinsi mabadiliko ya tabia inaweza kusababisha vikwazo mpaka tabia hizi zinapotea.
  9. Hatimaye, tunaorodhesha maswali muhimu kwa ajili ya utafiti mbeleni. Tunashauri mbinu inayojumuisha mtazamo wa kiikolojia, mageuzi na kianthropolojia ili kuendeleza uelewa wetu wa ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori. Katika kufanya hivyo tutapata maarifa mapya kuhusu utofauti wa mwingiliano wa mababu zetu, wa sasa na wa siku zijazo za ulimwengu wa asili.

 

Safeguarding human-wildlife cooperation (Conservation Letters 2022)

Authors: van der Wal, J.E.M., Spottiswoode, C.N., Uomini, N.T., Cantor, M., Daura-Jorge, F.G., Afan, A.I., Attwood, M.C., Amphaeris, J., Balasani, F., Begg, C.M., Blair, C.J., Bronstein, J.L., Buanachique, I.O., Cuthill, R.R.T., Das, J., Deb, A., Dixit, T., Dlamini, G.S., Dounias, E., Gedi, I.I., Gruber, M., Hoffman, L.S., Holzlehner, T., Isack, H.A., Laltaika, A.E., Lloyd-Jones, D.J., Lund, J., Machado, A.M.S., Mahadevan, L., Moreno, I.B., Nwaogu, C.J., Pereira, V.L., Pierotti, R., Rucunua, S.A., dos Santos, W.F., Serpa, N., Smith, B.D., Tolkova, I., Tun, T., Valle-Pereira, J.V.S., Wood, B.M., Wrangham, R.W. & Cram, D.L.

Abstract: Safeguarding human-wildlife mutualism

Human-wildlife cooperation occurs when humans and free-living wild animals actively coordinate their behaviour to achieve a mutually beneficial outcome. These interactionsprovide important benefits to both the human and wildlife communities involved, have wider impacts on the local ecosystem, and represent a unique intersection of human and animal cultures. The remaining active forms are human-honeyguide and human-dolphin cooperation, but these are at risk of joining several inactive forms (including human-wolf and human-orca cooperation). Human-wildlife cooperation faces a unique set of conservation challenges, as it requires multiple components—a motivated human and wildlife partner, a suitable environment, and compatible inter-species knowledge—which face threats from ecological and cultural changes. To safeguard human-wildlife cooperation, we recommend: (i) establishing ethically sound conservation strategies together with the participating human communities; (ii) conserving opportunities for human and wildlifeparticipation; (iii) protecting suitable environments; (iv) facilitating cultural transmission of traditional knowledge; (v) accessibly archiving Indigenous and scientific knowledge; and (vi) conducting long-term empirical studies to better understand these interactions and identify threats. Tailored safeguarding plans are therefore necessary to protect these diverse and irreplaceable interactions. Broadly, our review highlights that efforts to conserve biological and cultural diversity should carefully consider interactions between human and animal cultures.

Resumo: Salvaguardar a Cooperação Humano-Fauna Selvagem

A cooperação entre humanos e animais selvagens ocorre quando ambos coordenam ativamente seus comportamentos para alcançar um resultado mutuamente benéfico. Essas interações oferece benefícios importantes para ambas as partes, têm impactos amplos no ecossistema local e representam uma interseção única entre culturas humanas e não-humanas. A cooperação entre catadores-de-mel e a ave indicador-grande, e a cooperação entre pescadores artesanais e diferentes espécies de botos, são as formas ativas remanescentes de cooperação entre humanos e animais selvagens, mas correm risco de se tornarem inativas, como as cooperações entre caçadores e lobos, baleeiros e orcas e tantas outras documentadas no passado. Tais cooperações ativas, no entanto, enfrentam desafios particulares de conservação, pois requerem múltiplos componentes – a motivação tanto do parceiro humano quanto do animal, a adequação do ambiente e a compatibilidade do conhecimento interespecífico – os quais encontram-se atualmente ameaçados por mudanças ecológicas e culturais. Para salvaguardar a cooperação entre humanos e animais selvagens para as gerações futuras, recomendamos: (i) estabelecer, em conjunto com as comunidades humanas participantes, estratégias de conservação éticas; (ii) conservar as oportunidades de participação dos humanos e animais selvagens no comportamento cooperativo; (iii) proteger os ambientes adequados para a cooperação; (iv) facilitar a transmissão cultural do conhecimento tradicional necessário para esta interação; (v) arquivar os conhecimentos tradicional e científico de forma acessível; e (vi) realizar estudos empíricos de longo prazo para melhor compreender o funcionamento destas interações únicas e identificar potenciais ameaças. Planos de conservação específicos baseados no conhecimento cultural local são, portanto, necessários para proteger essas interações diversas e insubstituíveis. Em geral, a nossa revisão destaca que os esforços para conservar a diversidade biológica e cultural devem considerar cuidadosamente as interações entre as culturas humanas e não-humanas.

Ikisiri: Ulinzi wa ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori

Ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori hutokea wakati binadamu na wanyamapori wanapounganisha kikamilifu tabia zao na kutekeleza manufaa kwa pande zote. Ushirikiano huu hutoa manufaa muhimu kwa jamii za binadamu na wanyamapori zinazohusika, pia una athari kubwa zaidi kwenye mfumo ikolojia na unawakilisha muunganiko wa kipekee wa tamaduni za binadamu na wanyama. Mifano iliyosalia ya ushirikiano wa binadamu na wanyamapori ni ushirikiano wa binadanu na kiongozi ya asali (ndege anayeongoza warinaji kuelekea asali ilipo) na binadamu na pomboo lakini kuna hatari kwamba ushirikiano huu unapotea kama ilivyo kwa ushirikiano wa binadamu na mbwa mwitu na binadamu na nyangumi (“orca”). Ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori unakabiliwa na changamoto za kipekee za uhifadhi, kwa kuwa unahitaji vipengele vingi kama ushirika wenye motisha kwa binadamu na wanyamapori, mazingira yanayofaa na maarifa yanayoendana na spishi mbalimbali; vipengele hivi vinakabiliwa na vikwazo vya mabadiliko ya kiikolojia na kitamaduni. Ili kulinda ushirikiano kati ya binadamu na wanyamapori, tunapendekeza: (i) kuanzisha mikakati madhubuti ya kimaadili ya uhifadhi kwa kushirikiana na jamii za binadamu zinazoshiriki; (ii) fursa za uhifadhi kwa ajili ya ushirikiano wa binadamu na wanyamapori; (iii) kulinda mazingira yanayofaa; (iv) kuwezesha usambazaji wa maarifa ya kiutamaduni; (v) kuhifadhi kwa urahisi maarifa ya kiasili na kisayansi; na (vi) kufanya tafiti za kitaalamu za muda mrefu ili kuelewa zaidi mwingiliano huu na kutambua vikwazo. Mipango ya ulinzi ni muhimu ili kulinda uhusiano  huu wa aina tofauti na usiowezekana kutengezwa tena. Kwa ujumla, utafiti wetu unasisitiza kwamba juhudi za kuhifadhi uanuwai wa kibaolojia na kiutamaduni zinapaswa kuzingatia kwa makini mwingiliano kati ya tamaduni za binadamu na wanyama.

 

News

Honey-hunting Research Network workshop

The Honey-hunting Research Network (coordinated by Jessica van der Wal) met in Cape Town for a very enjoyable week of analysing and comparing interview data from honey-hunting cultures across Africa, painting a picture of the human cultural variation relevant to honeyguides, and its uncertain future on a rapidly changing continent. Joining in person were Wiro-Bless Kamboe, Rochelle Mphetlhe, George M’manga, Sanele Nhlabatsi, Daniella Mhangwana, Celiwe Ngcamphalala, Claire Spottiswoode and Jessica van der Wal. Thank you to the Cultural Evolution Society Transformation Fund for funding our get-together!

read more

New paper on human-honeyguide cooperation and communication

A new study from the Honeyguide Research Project shows that Greater Honeyguides learn the distinct calls that honey-hunters in different parts of Africa use to communicate with them, facilitating cooperation between species. Human honey-hunters signal to honeyguides using specialised calls that vary culturally across Africa. The new study shows using field experiments in Mozambique and Tanzania that honeyguides prefer the specialised calls of the local human culture they interact with, compared to those of a foreign culture. This implies that honeyguides can adjust to human cultural diversity, increasing the benefits of cooperation for both people and birds.

read more